quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Resenha do artigo científico “Presença de trialomentanos na água e efeitos adversos na gravidez”

Desenho de Ana Carolina C. M. Mendes

       A resenha apresenta o artigo "Presença de trialometanos na água e efeitos adversos na gravidez", de autoria da doutoranda Sônia Maria dos Santos e do professor Dr. Nelson Gouveia, ambos da Faculdade de Medicina da USP. O estudo publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia, em 2011, constata uma possível associação entre a malformação e prematuridade de bebês relacionada aos trialometanos - compostos químicos que são subprodutos da associação entre o cloro, utilizado para desinfecção da água no seu tratamento, e a matéria orgânica, geralmente presente nas águas superficiais captadas. Eles podem ser encontrados nas estações de tratamento de água e chegam às mulheres grávidas pelo consumo da água de torneira.
         A pesquisa realizada no período de 1998 a 2002 abordou a população de bebês em fase de gestação de mulheres grávidas  de 19 municípios da região metropolitana de São Paulo abastecidos por uma mesma estação de tratamento de água. Os dados foram obtidos de registros do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), do Sistema Estadual de Análise de Dados (SEDAE), da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) e do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo.
      Nessa pesquisa, os autores partem do pressuposto que os trialometanos podem afetar o desenvolvimento do feto principalmente nos seus três primeiros meses, etapa de desenvolvimento em que está mais vulnerável a indução de agentes químicos. Eles citaram vários estudos internacionais, os quais demonstram uma associação entre a presença de trialometanos na água de abastecimento em concentrações entre 80 e 100 microgramas por litro e efeitos na saúde da população. Em Ontário, no Canadá, por exemplo, chegaram a conclusão que as mulheres expostas às concentrações de 80 microgramas por litro ou mais, apresentam um risco duas vezes maior de natimortos que as mulheres não expostas.
          Nas análises, os autores observam um aumento nas concentrações de trialometanos detectados em função do tempo de armazenamento da água tratada. Quanto maior o tempo de contato entre o cloro e a matéria orgânica, maior foi a produção do composto. Também observou uma sazonalidade nos níveis presentes na água, sendo os registros mais elevados durante os períodos de maiores precipitações, o que potencializa o arraste de substâncias húmicas e fúlvicas - partes solúveis do húmus - para os rios e, consequentemente, para os reservatórios de água.
          Na conclusão, os autores enfatizam a importância da cloração da água e o grande benefício à saúde humana. O cloro, em qualquer de seus compostos, é capaz de destruir e tornar inativos os organismos causadores de enfermidades e é vantajoso por sua aplicação ser simples, de baixo custo e fácil análise. Entretanto, eles ressalvam, com base nos resultados obtidos, a necessidade de uma melhor monitoração dos níveis de trialometanos presentes na água de abastecimento público. Recomendam também estudos subsequentes de forma a contribuir para uma reconsideração do nível máximo permitido no Brasil, considerado alto quando comparado aos outros países.

Fonte: SANTOS, S. M. dos; GOUVEIA, N.. Presença de trialometanos na água e efeitos adversos na gravidez. Revista brasileira epidemiologia. [online]. 2011, vol. 14, n.1, pp. 106-119. ISSN 1415-790X. Acesso 31/08/2011.

por: Ana Carolina C. M. Mendes, estudante de Engenharia Agronômica e Licenciatura em Ciências Agrárias, sob orientação da profa. Dra. Laura Alves Martirani.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Impactos da mineração de areia

     O Estado de São Paulo é o maior produtor e consumidor de areia no Brasil. É responsável por 32% da produção de agregados para construção civil do país. Na bacia do rio Corumbataí a atividade de extração de areia está representada, segundo Vieira (2005), por 36 empreendimentos ativos no cadastro do Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia, a maioria delas por dragagem em leito de rio (67% dos empreendimentos).
A mineração de areia é uma atividade economicamente importante ao país principalmente porque  oferece materiais para a indústria e construção civil. A areia obtida da extração pode ser usada para fundição, fabricação de vidros, silicatos, cerâmicas, construção de campos esportivos, filtragens, entre outras.
A extração ocorre, geralmente, em áreas de preservação permanente (APPs), pois é feita em locais com deposição de material sedimentar localizadas em áreas próximas de rios. Os impactos causados, sejam eles positivos ou negativos, ocorrem a nível ambiental, social e econômico.
O Código Florestal do ano de 1965 e a Resolução 302/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinam que as áreas de preservação permanentes (APPs) devem ficar intocadas. Porém, segundo a Resolução 369/2006 do Conama  o uso dessas áreas é permitido para atividades de interesse social, como é o caso da mineração de areia. A mineração, mesmo regulamentada, pode causar impactos ambientais, entre os quais destacam-se:
1) Destruição da mata ciliar com a instalação da mineradora;
2) Alteração dos cursos dos rios e o seu assoreamento causados pela deposição de solo no fundo do rio pela ausência da mata ciliar para segurar o solo das margens;
3)  Compactação do solo causada pela retirada da mata e o trânsito de máquinas;
4) Erosão do solo, já que o mesmo foi degradado e desprotegido com a retirada das árvores;
5) Fuga da fauna como consequência do barulho e movimentação no local;
6)  Poluição das águas e dos solos com o uso inadequado de combustíveis fósseis;
7)  Queimadas.
O maior impacto de natureza social é a transformação do local, com a consequente perda de identidade entre as pessoas e o lugar devido à poluição e perturbação na área. Apesar disso, a mineração também pode trazer efeitos socioeconômicos positivos, com a geração de empregos diretos e indiretos na região da mineradora.
Ações de gestão ambiental como aproveitamento de resíduos contribuem para o aumento da sustentabilidade do empreendimento na região. Um exemplo é a pesquisa realizada pela Escola Politécnica da USP, que propõe a utilização da argila rejeitada da extração para a produção de peças de cerâmica vermelha, como blocos estruturais e telhas (BERNARDES, 2009).
A mineração de areia, embora necessária, altera a paisagem do lugar minerado e degrada o meio ambiente, por isso, é recomendável desenvolver ações para minimizar seus impactos e restaurar a área degradada.   
                                                                                                            
Referências:
ANNIBELLI, M.B.; FILHO, C.F.M. de S. Mineração de areia e seus impactos sócio-econômico-ambientais. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Acesso: 28 maio 2011.

ARNAUT, G.C.L.; VASCONCELOS, F.C.W.; SILVA, B.A. Mineração de areia e Meio Ambiente: impactos, políticas e legislação. Revista Reuna, v.14, n.2, p. 13-27, mai. /ago. 2009.

BERNARDES, J. Resíduo da extração de areia é aproveitado em cerâmica. Inovação Tecnológica, 2009. Acesso: 28 maio 2011.

VIEIRA, E. H. A. O licenciamento ambiental de portos de areia da Bacia do Rio Corumbataí como instrumento para a recuperação de áreas de preservação permanente. Piracicaba, 2005. 186 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.
                                   

Por Rafaela Novaes de Abreu, em atividade de estágio supervisionado pela Profa. Laura Alves Martirani, apoio  Fernanda Manduca.

domingo, 4 de setembro de 2011

Vídeo: Caravana para Brasília contra o novo código florestal



O vídeo foi produzido pelos alunos Aníbal Deboni Neto, Guilherme Calabro Souza e Valéria Aparecida Godoy para a disciplina Multimeios e Comunicação da ESALQ/USP sob a orientação da profa. Laura Alves Martirani. Ele mostra um pouco do que os alunos da universidade vivenciaram em sua passagem por Brasília. na caravana contra o novo código florestal. A caravana ocorreu nos dias 6 e 7 de abril de 2011e foi organizada por lideranças ambientalistas, professores e grupo de alunos da ESALQ com o objetivo de protestar contra as mudanças propostas para o novo código florestal brasileiro.

Por Fernanda Manduca e Laura Alves Martirani

Concurso fotográfico do Consórcio PCJ



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sacolas plásticas e o descarte consciente do lixo



O vídeo foi produzido por José Antônio Júnior, Diogo Villalobos, Fábio Magro e Marina Marine para a disciplina de Multimeios e Comunicação da ESALQ/USP no ano de 2005, sob a orientação da professora Laura Alves Martirani. Tem o objetivo de conscientizar as pessoas a respeito descarte do lixo, com destaque à problemática do  uso de sacolas plásticas e suas consequências.

Dentre os argumentos utilizados no vídeo está o de que as sacolas plásticas são derivadas do petróleo e representam grande problema ambiental por serem altamente poluentes e o fato do lixo  embalado demorar muito mais tempo para se decompor. Propõe-se como alternativa o uso de latões para que se diminua o uso e consequentemente o incentivo à produção de sacolas plásticas.


Por Fernanda Manduca e Laura Alves Martirani

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Movimento contra as alterações do Código Florestal: um aprendizado de cidadania


E o poder é???
Do Povo!

E o poder é???
Do Povo!

Poder do Povo!
Poder do Povo!

Poder para o Povo!
Poder para o Povo!

Essas foram as palavras de ordem proferidas em uma passeata ocorrida na cidade de Piracicaba na quinta-feira dia 28 de abril de 2011. Um grupo, formado por ambientalistas, universitários, secundaristas saiu às ruas, em uma manifestação pacífica, contra as alterações do Código Florestal Brasileiro.
Fotos tiradas pelos manifestantes durante a concentração no Campus da USP de Piracicaba

O ato fez parte da mobilização nacional convocada pela coalização SOS Florestas. A passeata saiu em marcha de frente ao prédio central da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) e foi até o centro de Piracicaba, passando pela câmara de vereadores do município e pela praça José Bonifácio.

No momento da saída da passeata, no prédio central da ESALQ, estava ocorrendo a reunião da Congregação, na qual o tema do Código Florestal seria apresentado e discutido. Dois graduandos representantes da nossa causa puderam adentrar e participar da reunião. Lá entregaram aos professores e à direção um abaixo assinado dos estudantes com o pedido de posicionamento da instituição quanto às propostas de alteração do Código que se aprovadas irão afetar o futuro das nossas florestas e das nossas vidas.

Com essa ação, a diretoria se propôs a criar um e-mail para receber as considerações da comunidade do campus (estudantes, professores, funcionários) sobre o tema e posteriormente divulgar no site da ESALQ.A marcha se iniciou e nós, os manifestantes, cantávamos, batucávamos e dizíamos palavras de ordem. Nas ruas entregamos panfletos, conversamos e explicamos à população os motivos do nosso movimento. Nas conversas ao longo do percurso, foi possível explicitar as propostas de alteração e as consequências negativas disso. Muitas pessoas puderam nos apoiar e somar forças ao movimento.

Fotos tiradas pelos manifestantes durante a conversa com a população
O diálogo foi contagiante e nos permitiu perceber que existe interesse da sociedade pela questão ambiental.

O que falta é um tratamento mais adequado e aprofundado dos temas referentes ao funcionamento das políticas socioambientais.Ao chegar à câmara de vereadores, houve uma concentração e representantes dos diversos grupos presentes se posicionaram publicamente.

Em momentos como esse é possível reconhecer a importância da união pela defesa de uma causa, que nesse caso é ambiental, porém que ultrapassa essa esfera e desvela algo maior, a defesa pela democracia, pela participação popular e pela cidadania.
Fotos tiradas pelos manifestantes durante a concentração na câmara dos vereadores
Ainda na câmara, foi feito outro abaixo assinado para garantir o direito de participação do grupo na reunião da assembléia dos vereadores que iria ocorrer àquela noite. E assim foi feito, nessa mesma noite, na reunião dos vereadores, um estudante universitário e um membro de ONG ambiental apresentaram argumentos contrários às mudanças e ao processo de alteração do Código Florestal brasileriro.

Com isso conseguimos que uma moção de repúdio às alterações fosse feita em nome da câmara de vereadores do município de Piracicaba e destinada ao Congresso Nacional.

Fotos tiradas pelos manifestantes durante a intervenção tetral
A manifestação se encerrou, na praça José Bonifácio, no centro de Piracicaba, com uma intervenção teatral que de forma simples, didática e divertida apresentou a evolução das políticas ambientais no país.

O teatro suscitou questionamentos e deu a oportunidade aos ouvintes de refletirem sobre a questão ambiental brasileira e, principalmente, do nosso papel de atores sociais na participação dos rumos do país.


Por Maria Clara Bernardes - Integrante do Núcleo Código Florestal da ESALQ
Orientação e supervisão da Professora Laura Alves Martirani
Colaboração de Fernanda Manduca




quinta-feira, 2 de junho de 2011

O Problema das baterias


A animação apresentada foi produzida pelos alunos Antônio Carlos Simões, Caroline Ferraz,  Luiz Gustavo Perusso, Juliana C. e Pedro Junqueira em 2005 para a disciplina de Multimeios e Comunicação da ESALQ/USP sob a orientação da professora Laura Alves Martirani e expõe o problema do descarte das baterias de celulares. 

Nele um adulto joga sua bateria usada no lixo, logo aparece uma criança e explica sobre o que aprendeu na escola a respeito dos males causados pela má destinação deste produto.


As baterias de celulares apresentam grande quantidade de elementos radioativos e se não for feita a destinação correta podem causar danos ao solos, lençóis subterrâneos, rios e conseqüentemente, aos homens. Além disso são disceminadoras de graves doenças.

A principal forma de evitar tais contaminações é com o descarte correto das baterias, que é feito pelos próprios fabricantes, por isso é importante que se separem e devolvam esses materiais no local onde foram comercializados quando se tornarem inutilizáveis.

Por Fernanda Manduca

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Fórum Ambiental da Alta Paulista

Estamos Divulgando este evento que será realizado pela UNESP de Tupã. Participem!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cai de pé, corre deitado, e o que mais o carneiro aprendeu com a chuva



O vídeo é produto do trabalho realizado pelos alunos Hélio Sato e Lívia Francoio  para o Estágio Supervisionado da Licenciatura sob orientação da professora Laura Alves Martirani no Laboratório de Vídeo da ESALQ/USP.

No filme, Dom Roró, movido pelo desejo de apaziguar àquele sentimento que lhe consumia as entranhas, sai do campo e parte para a cidade. Nessa viajem desdobra-se uma história fantástica que remete a questões cotidianas.

Com a utilização de elementos simbólicos e abstratos “Cai de pé, corre deitado e o que mais o carneiro aprendeu sobre a chuva” suscita o debate sobre questões ambientais que flagelam as grandes cidades. Temas como planejamento urbano e enchentes são tratados numa atmosfera lúdica e poética, sem, no entanto, deixar de abordá-los com a devida seriedade.

Por Aníbal Deboni Neto

domingo, 15 de maio de 2011

As propostas de alteração do Código Florestal Brasileiro

O artigo "Reflexões sobre as alterações propostas para a Legislação Florestal brasileira: ciência, política e meio ambiente"publicado na forma de link, foi produzido  pela estudante de Biologia da ESALQ/USP, Gabriele Souza Valadão, onde a autora discorre acerca da legislação florestal, faz explicações de termos como Área de Proteção Permanente (APP), Reserva legal (RL) e justifica a existência de algumas leis ambientais.


Manifestação contra as mudanças no código florestal em Piracicaba

Ela cita alterações que estão sendo propostas e suas implicações no meio ambiente e na sociedade. Complementarmente apresenta argumentos levantados pela bancada ruralista, que é a favor das alterações.

Um dado interessante e alarmante abordado no texto é que 63,5 % da área total do país está nas mãos de apenas 7,5 % dos proprietários rurais (SNCR - INCRA, 2003).

Com todas essas informações o texto aprofunda a discussão de importância crucial para o país e que divide opiniões: de um lado estão aqueles que lutam pela proteção dos recursos naturais e por outro, os que priorizam os interesses econômicos ligados ao desenvolvimento agrário.


Por Rafaela Novaes de Abreu
           Fernanda Manduca
       Laura Martirani
       Maria Clara Bernardes

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Caravana para Brasília: impressões de uma mobilização


Foto tirada pela organização dos manifestantes em frente ao Congresso Nacional
 Em tempos que tanto se fala de inércia, falta de dinamismo e consciência política, presenciamos um grupo de 88 estudantes da ESALQ reconhecerem seu papel de cidadãos, irem à busca de democracia e lutarem em defesa de seus ideais.

O dia 7 de abril de 2011 se iniciava e os 88 estudantes com o apoio de professores e da SOS Mata Atlântica chegaram a Brasília - Distrito Federal - onde muitos dos rumos do país são decididos. A viagem fora longa, mas naquela manhã de agitação em frente ao Congresso Nacional não havia cansaço.

Lá estavam presentes também vários movimentos sociais - Via Campesina - ONGs Ambientais e mais estudantes de vários lugares. Todos em defesa do Código Florestal e contra a proposta de alteração do mesmo, a qual estava para ser votada por aqueles dias na Câmara dos Deputados.

A manifestação foi pacífica e significativa, grupos se formaram para dialogar com os deputados passando de gabinete em gabinete, outro para participar da reunião com o presidente da Câmara, o deputado Marco Maia. Nesta reunião também estavam presentes deputados ambientalistas e líderes dos movimentos e ONGs presentes na Mobilização.


Outros dois grupos ainda conseguiram conversar com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e com o relator da proposta de mudança, o deputado federal Aldo Rebelo.


Em todos esses encontros foi apresentada uma carta aberta redigida pelos estudantes com argumentos baseados no conhecimento científico, na consciência ética e cidadã. A carta refutava as alterações previstas e propunha o diálogo aberto entre parlamentares, sociedade cilvil, pesquisadores, movimentos sociais e ONGs para a construção de um Código Florestal realmente representativo que alie de fato produção e preservação a partir de uma nova mentalidade, de um novo tipo de desenvolvimento.


O dia chegava ao fim, no gramado em frente ao imponente prédio do Congresso Nacional à luz do entardecer , pairava aquela sensação de parte do dever cumprido, uma alegria mansa depois de um dia inteiro andando, batucando, cantando e proferindo palavras de ordem.
Naquele momento era possível perceber a motivação de querer e dever continuar na luta.

Por Maria Clara Bernardes


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Concurso Luso-Brasileiro de Cartum Universitário

Em agradecimento à INTERCOM estamos divulgando este concurso por eles criado. Participem!



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Efeitos do uso do cloro no tratamento de água


Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% de todas as doenças que se alastram nos países do terceiro mundo são provenientes de água contaminada. O tratamento de água é uma das formas mais eficientes de minimizar os riscos de contaminação da população. Os materiais químicos utilizados para o tratamento de água cumprem a função de eliminar substâncias nocivas à saúde, mas, paradoxalmente, esses mesmos materiais podem também trazer alguns efeitos indesejáveis à saúde humana. Um desses materiais e que encontra-se em constante estudo é o cloro, o desinfetante químico mais utilizado na desinfecção da água potável.

Um dos problemas da utilização do cloro no tratamento da água é a formação de trihalometanos, substância formada quando o cloro reage com a matéria orgânica presente na água. Desde 1974, com a descoberta da formação de trihalometanos no processo de cloração das águas, os subprodutos da desinfecção tem sido alvo de estudos. Atualmente, sabe-se que estes compostos são apenas uma classe entre centenas de outros gerados com diferentes desinfetantes químicos.

Em testes de laboratório, realizado por cientistas da Universidade de Ciências e Saúde do Texas e da Agência Internacional de Pesquisa Sobre o Câncer, com camundongos, alguns desses subprodutos mostraram-se carcinogênicos ou causaram efeitos na reprodução e desenvolvimento. Estudos epidemiológicos com humanos sugeriram associações entre determinados tipos de câncer, efeitos na reprodução e no desenvolvimento com a cloração de águas superficiais. Com a dificuldade de identificação de subprodutos, uma das formas de monitoramento da qualidade do efluente final é através da realização de testes de toxicidade. A toxicidade de uma mistura complexa pode ser entendida como sendo a resposta genérica dos efeitos interativos, aditivos, sinérgicos e antagônicos, dos agentes químicos presentes num dado efluente e só pode ser avaliada e determinada através de testes com organismos vivos.

Existe um risco associado às substâncias químicas utilizadas no processo de tratamento da água, por outro lado, existe um enorme benefício em termos de saúde pública. Desde o início do século XX, após a adoção de técnicas de tratamento como a filtração e cloração, a ocorrência de epidemias transmitidas por microrganismos presentes na água caiu a níveis muito baixos nos países que executam programas de saneamento. Entretanto muitos estudos ainda devem ser feitos para avaliar e melhorar o tratamento de água e diminuir a chance de ingestão de compostos tóxicos pela população.



Bibliografia:

1. AGE, T.; HARRIS, R.H.; EPSTEIN S.S. - Drinking water and cancer mortality in Louisiana. Science 1976; 193(4247):55-7.

2. BATALHA, B.H.L. - Água para consumo humano. In: BATALHA, B.H.L.; COSTA, T.C.R.; editores. Água, saúde e desinfecção. São Paulo: CETESB; 1994. p.7-39.

3. BATTERMAN, S.; ZHANG, L.; WANG, S. - Quenching of chlorination disinfection by-product formation in drinking water by hydrogen peroxide. Water Research, v. 34, n. 5, p. 1652-1658, 2000.

4. CECH, I.; HOLGUIN, A.H.; LITTELL, A.S.; HENRY, J.P.; O'CONNELL, J. - Health significance of chlorination by products in drinking water: the Houston experience. Int J Epidemiol 1987; 16:198-207.

5. FARLAND, W.H.; GIBB, H.J. - U.S. perspective on balancing chemical and microbial risks of disinfection. In: Craun GF. Safety of water desinfection: balancing chemical and microbial risks. Washington (DC): ILSI Press; 1993. p.3-10.

6. International Agency for Research on Cancer. Chlorinated drinking-water, chlorination by products, some other halogenated compounds, cobalt and cobalt compounds. Lyon; 1991. Chlorinated drinking water. p. 45-268.

7. RICHARDSON, M.L. - The dictionary of substances and their effects. Cambridge: Royal Society of Chemistry; 1996. v. 2, p. 305-9.

8. TOMINAGA, M.Y.; Midio, A.F. - Exposição humana a trihalometanos presentes em água tratada. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 33, n. 4, Aug. 1999 . 9. ZAGATTO, P. A. et al. - Avaliação de toxicidade em sistema de tratamento biológico de afluentes líquidos. In: Revista SABESP, n. 166, p. 1-6, 1992.



Por Gabriela Helena Da Silva

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Esalqueanos organizam uma caravana para Brasília em defesa do código florestal brasileiro


Estudantes, professores, entidades e grupos da ESALQ/USP se juntaram a fim de mobilizar a comunidade para se manifestar de forma pacífica contra a proposta de alteração do atual Código Florestal Brasileiro.A Manifestação ocorrerá dia 07 deste mês em frente ao Palácio do Congresso Nacional junto à Via Campesina e às ONG's Ambientais. Para tanto foram elaborados panfletos, para entregar à população, com nossos argumentos e posição referente ao Código e também uma Carta aos parlamentares que por meio de um embasamento científico busca conscientizá-los da importância do atual Código e das consequências negativas que sua alteração pode acarretar.Mas o que acontece?

Bom, é bem sabido que as florestas e demais vegetações brasileiras são bens públicos que garantem desde a conservação do solo, da biodiversidade e dos recursos hídricos até o bem estar social, a produção agrícola e a economia do país. A preservação das florestas prevista no atual Código Florestal brasileiro evita o desmatamento e seus efeitos negativos, como o aumento da emissão de gases estufa, das enchentes e desmoronamentos, que atingem tanto o campo quanto as cidades.

Porém está para ser votada em breve na Câmara uma proposta de mudança elaborada por uma minoria, isto é, sem a participação de cientistas, pesquisadores, organizações e do povo brasileiro, a qual visa ampliar áreas de produção por meio de concessões que irão reduzir áreas de conservação. Além disso, o conteúdo de tais alterações não tem qualquer fundamentação científica,busca apenas o lucro imediato que a exploração irracional dos recursos naturais irá fornecer. Logo, não se considera o futuro das próximas gerações e o quanto é possível ganhar mais com a floresta em pé.

A questão do Código Florestal é complexa, daí a importância do diálogo aberto entre órgãos governamentais, movimentos sociais, sociedade civil, entidades científicas e organizações ambientais em contraposição à decisão de uma votação às pressas de uma proposta de lei não representativa e feita às escuras.

Assim, enquanto cidadãos e estudantes nos sentimos no dever de nos conscientizar e posicionar sobre a temática. Disso surgiu a idéia e a necessidade de uma ação efetiva na luta em defesa do meio ambiente, mas não só, na luta também de nossos ideais e de uma sociedade verdadeiramente democrática, onde decisões políticas, como a votação do Código Florestal, tenham ampla repercussão e participação da sociedade brasileira. A Caravana então convida todos nós a buscar o conhecimento, mobilizar, lutar pela construção de um mundo melhor, fazer efetivamente parte da história de nosso país.

Junte se a esse movimento!

Nosso contato: ocodigoflorestal@gmail.com

quinta-feira, 24 de março de 2011

QualquercoisaCIDA. Video com temática ambiental dos alunos da Licenciatura

Este vídeo foi elaborado para a disciplina Comunicação e Educação do programa de Licenciatura da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"-ESALQ/USP pelos alunos Ana Luisa de Vasconcelos, Leandro Balistieiri, Leoandro Oliveira, Maria Clara Bernardes e Rodrigo Amadeu.

Trata-se de uma crítica bem humorada sobre o uso excessivo de agrotóxicos no Brasil. Segundo os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a defesa agrícola apresentados no site RadioagenciaNP o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo e despejou em suas lavouras na última safra mais de 1 bilhão de litros de defensivos agrícolas, que podem ser encontrados contaminando poços artesianos, córregos, rios, na atmosfera e na água das chuvas. Ainda segundo o site, é como se cada brasileiro consumisse 5 litros de agrotóxicos por ano. O dado é grave e merece a atenção de todos nós, sobretudo das autoridades.


Fonte:
 AUGUSTO, D. Brasil deve fechar fronteiras para agrotóxicos proibidos, diz Marina Silva. São Paulo, RadioagenciaNP.24/05/2010. 


SCARSO, A. Mais agrotóxico: menos saúde. São Paulo, RadioagenciaNP. 24/05/2010. 


Por Leandro Oliveira, Maria Clara Bernardes, Fernanda Mnaduca e Laura Alves Martirani

quinta-feira, 17 de março de 2011

Mesa Redonda: Propostas de Mudança no Código Florestal



Frente às prováveis alterações que o Código Florestal brasileiro está prestes a sofrer e que têm gerado polêmica em diversos setores da sociedade, entende-se como de vital importância que as universidades retomem a discussão e se posicionem publicamente sobre a questão. Neste sentido o Laboratório de Educação e Política Ambiental em conjunto com alunos, grupos e entidades da ESALQ/USP realizará duas mesas redondas com profissionais e estudiosos da área. O objetivo do evento é proporcionar um debate sobre a situação política em que se encontra as propostas de alteração do Código bem como suas diversas consequências e implicações.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Água engarrafada

Desengarrafe sua Sede

Beber água é indispensável para manter a boa saúde. As principais características da água para consumo sempre foram ser incolor, inodora e insípida. No entanto, há hoje à nossa disposição diferentes tipos de águas para o consumo humano, entre elas as águas termais, as gaseificadas, as enriquecidas e as minerais. Essas podem apresentar diferentes densidades e até ter um paladar diferenciado, o que depende da quantidade de minerais encontrados em sua composição.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam) as águas minerais, são classificadas de acordo com sua composição. A classificação para os principais tipos pode ser vista na tabela abaixo, com base nos dado da Abinam.

Principais tipos de água




Quanto à classificação pela quantidade de minerais, as águas com máximo de 59mg de Cálcio (Ca) e 5mg de Cloreto de Sódio (NaCl) são consideradas leves, acima dessas quantidades, pesadas1. As águas minerais importadas costumam ser mais 'pesadas', por conter uma maior concentração de minerais. As águas brasileiras podem ser classificadas como 'leves', uma vez que, em sua maioria, possuem menores teores de minerais dissolvidos.


O que ler nos rótulos
As principais diferenças encontradas nos rótulos são as diferentes combinações de sais minerais. Cada combinação pode trazer um tipo específico de benefício ao organismo humano. A imagem abaixo é o exemplo clássico da forma como as empresas disponibilizam os dados referentes às características em seus produtos, em seguida vemos alguns benefícios conforme o tipo de água consumida.

Rótulo de água mineral engarrafada 

Foto: Camila Laranjeira

Benefícios conforme o tipo de água consumida

Para aqueles que se interessam pelas miúdas letras dos rótulos, é possível obter informações sobre águas do mundo inteiro através do site Mineral Waters, que traz informações de mais de duas mil marcas de água mineral, inclusive de marcas brasileiras.


O mercado de água engarrafada
Em relação aos países da América do Norte e da Europa, a água mineral ainda é ainda pouco consumida pelos brasileiros. Esse mercado vem conquistando seu espaço com ampliação das indústrias especializadas em seu comércio, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste.
Segundo a International Year of Freshwater, site criado em 2003 para comemorar o considerado Ano da Água em parceria com a UNESCO e Nações Unidas, a movimentação no mercado mundial de água foi em 2003 de aproximadamente US$ 22 bilhões, já no ano de 2007, US$ 100 bilhões foram movimentados pelo mercado mundial de água, representando um crescimento espantoso de 454% em 5 anos.
41% da água consumida no mundo é de fato mineral, os outros 59% é de água purificada; 75% ainda são controladas por entidades locais.
Há carência de dados oficiais a respeito do consumo de água engarrafa e de pesquisas atualizadas sobre o setor. Para uma análise, o gráfico abaixo que traz dados de 1999.

Consumo de água engarrafada por região do mundo, adaptado de Word Widelife





As regiões mais ricas do planeta são as que consomem maior quantidade de água engarrafada, nelas também estão as principais indústrias de engarrafamento de água. Vale lembrar que a água é retirada da natureza e que a manipulação e apropriação da água conferem lucro imensurável àquele que a detém.





Referências


6. VILLENA, R. S.; BORGES, D. G.; CURY, J. A. Avaliação da concentração de flúor em águas minerais comercializadas no Brasil. Rev. Saúde Pública vol.30 no.6 São Paulo Dec. 1996

Por Camila da Costa Laranjeira
       Mariel Ferananda de Oliveira Boaro
       Mateus Gosser Rodrigues
 (disciplina "Multimeios e Comunicação", ESALQ/USP, ano 2010)

Revisado e adapado por: Rodrigo Hartkoff Funes
                                            Laura Alves Martirani

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vídeo Reportagem: Rio Corumbataí

Rio Corumbataí por Rachel Trovarelli
O material foi produzido pela aluna do Curso de Graduação em Gestão Ambiental da ESALQ/USP, Rachel Trovarelli.
Nessa experiência de estágio junto ao Laboratório de Vídeo, a Rachel pesquisou, aprendeu a gravar e editar. Mostrou garra, coragem e autonomia. Tudo o que é preciso para o exercício de um jornalismo sério e comprometido com a realidade brasileira.
Parabéns Rachel!!!
Em breve postaremos novas produções. Aguardem!!!!