segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Efeitos dos elementos químicos tóxicos nos seres vivos

Os efeitos agudos provocados pelos elementos químicos tóxicos são aqueles provenientes de exposições curtas e que podem levar à morte e os efeitos crônicos, que não matam, mas que podem ocasionar problemas no desenvolvimento e no sistema reprodutor dos organismos, mesmo em baixas concentrações.
Artigos científicos alertam para os malefícios que elementos químicos podem trazer para a água, o ar e o solo mesmo estando em baixas concentrações ou abaixo dos parâmetros preconizados pelo CONAMA ou pelo Ministério da Saúde1. Estudos de toxicidade demonstram que a quantificação não revela os efeitos diretos produzidos por esses tipos de substâncias nos organismos vivos2.
Os efeitos dos elementos químicos tóxicos nos organismos vivos nos preocupam porque são cumulativos, carcinogênicos e mutagênicos. Além disso, podem causar doenças cardiovasculares e reduzir a absorção de nutrientes pelas células3.
Tabela 1: Danos causados nos organismos por meio da contaminação de metaispesados1



Os metais pesados podem ser introduzidos no ambiente pelas mais diversas formas. O bário vem de indústrias de cerâmicas, borrachas e têxtil1. O cádmio é introduzido no ambiente, principalmente, por queima de carvão, indústrias de aço e inox, indústrias de pigmentos, fertilizantes e 14 pesticidas4. O cobre é resultado da fabricação de tubos, válvulas, ligas e algicidas. O cromo é utilizado em fertilizantes, pigmentos, tintas e estruturas de construção1.
Já o chumbo provém de atividades mineradoras, fertilizantes, indústrias de cerâmicas e plásticos5. O manganês é usado nas indústrias de fertilizantes, vernizes, vidros, baterias e aço1. O mercúrio é resultado da queima de combustíveis fósseis, incineração de lixo, mineração, agricultura devido ao uso de fungicidas e pesticidas e atividades industriais como tintas, lâmpadas, baterias e produtos odontológicos6. O níquel é matéria prima para a fabricação de baterias, moedas, pigmentos, mineração e refrigerantes. O descarte de esgoto no rio é a principal fonte de zinco7, além das indústrias de borracha, suplementos vitamínicos e protetores solares1.
NOTAS
1 Fagnani, 2009.
2 Berry et al.,1996; Larner et al., 2008; Vander Geest, 2008; Paumen, 2008 citados porFagnani, 2009.
3 Labuska et AL, 2000 citados por Moraes, 2009; Pascalicchio, 2002; Falqueto, 2008; Pereira, 2008; Santos, 2008, Moraes, 2009.
4 Peraza 1998 citado por Tomazelli, 2003.
5 Förstner & Wittmann, 1983; citado por Tomazelli, 2003.
6 Micaroni et al, 2000; citado por Tomazelli, 2003.
7 Bonanci, 2001; citado por Messias, 2008.


BIBLIOGRAFIA
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB).Qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 2008.

FAGNANI, E. Mercúrio e sulfetos volatilizáveis por ácidos na bacia do Rio Jundiaí – SP. 2009. 253p. Tese (Doutorado em Engenharia Civil – Área: Saneamento e Ambiente) – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Campinas, Campinas, 2009.

FALQUETO, M.A. Avaliação do índice de qualidade da água (IQA) e dos elementos químicos nas águas e nos sedimentos do rio Corumbataí-SP. 2008. 116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada) – Centro de Energia nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MESSIAS, T.G. Influência da toxicidade da água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeirão Claro na bacia do Corumbataí. 2008. 126p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Área: Química na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MORAES, M.F. Micronutrientes e metais pesados tóxicos: do fertilizante ao produto agrícola. 2009. 108p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Energia Nuclear na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2009.

PASCALICCHIO, A.A.E. Contaminação por metais pesados – Saúde Pública eMedicina Ortomolecular. 132p. Editora Annablume. São Paulo, 2002. Disponível em www.books.google.com.br. Acesso em 19 mai. 2010.

PEREIRA, P.A.A. Estudo das alterações no sistema reprodutor de camundongos expostos a contaminação ambiental. 2008. 90p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Patologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

TOMAZELLI, A.C. Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. 2003. 124p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Biologia Comparada) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de SãoPaulo, Ribeirão Preto, 2003.





Texto escrito por Camila Lazarini Portela e Silva, (bióloga ESALQ/USP)in(Monografia desenvolvida sob orientação da Profa. Laura Alves Martirani)

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Elementos tóxicos e contaminação ambiental

Desde o início da humanidade, os homens extraem da natureza, substâncias que lhe são úteis e descartam o que não precisam nos corpos d’água1. A poluição, que gera como resíduos os metais pesados data da época em que os primeiros hominídeos descobriram o fogo e essa queima resultou em uma alteração nos níveis de metais na atmosfera2. Hipócrates em 370 a.C. relatou cólicas em um homem que trabalhava com extração de metais e Plínio3, o Velho (23 – 79 a.C.) descreve envenenamentos por arsênio e mercúrio.

Isso mostra que o problema da toxicidade dos metais não é recente e se agravou, com a mineração em busca de metais de importância econômica que começou no Império Romano e outros impérios e com a Revolução Industrial no século XVIII. Mas só foi dada a atenção devida ao fato da toxicidade dos metais na década de 50, após o acidente de Minamata, no Japão, em 1956, ocasião em que peixes e pessoas foram contaminados com mercúrio, causando lesões neurológicas e mortes. Outro fato que mereceu destaque foi o acidente de Itai-Itai em 1947, onde ocorreram indícios de contaminação por cádmio4 devido à poluição da água usada para irrigar as culturas de arroz. As pessoas apresentaram dores pelo corpo, danos renais e fragilidade óssea5.


Fig.1 Fontes de contaminação por elementos químicos nos corpos hídricos6

Elementos químicos ou metais pesados são aqueles metais que possuem alta densidade, persistem no ambiente, se acumulam nos organismos e se relacionam a problemas de toxicidade e poluição. As fontes dos metais podem ser naturais com a erosão de rochas e atividade vulcânica e artificiais, como o uso de agrotóxicos nas plantações, lançamento de esgotos domésticos e industriais7.

Os metais podem ocorrer naturalmente no solo, como cobre (Cu), zinco (Zn), cobalto (Co), magnésio (Mg), ferro (Fe) e níquel (Ni), substâncias essenciais em baixas concentrações principalmente relacionados com a nutrição dos vegetais, mas tóxicos quando em altas concentrações. Outros metais como o cádmio (Cd), chumbo (Pb), arsênio (As), mercúrio (Hg), cromo (Cr) selênio (Se) e urânio (U) são considerados tóxicos pois têm efeitos deletérios8 e não têm função biológica conhecida9.
NOTAS
1 Messias, 2008
2 Nriagu, 1996; citado por Tomazelli, 2003
3 Pascalicchio, 2002
4 Zagatto e Bertoletti, 2006; citado por Santos, 2008
5 Brasil, 2005
6 Adaptado de: www.metal-heavymetal.blogspot.com/2007/05/os-metais-esados-so-componentes.html
7 Zambetta, 2006
8 Pereira, 2008
9 Esteves, 1998; citado por FALQUETO, 2008

BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa de Educomunicação Socioambiental. Série Documentos Técnicos 2. Brasília: Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, 2005. Disponível em: http://www.daep.com.br/coletivos/adm/download/dt_2_programa_educomunicacao_socio ambiental_4a_versao_maio_final.pdf. Acesso 20 mai. 2010.

FALQUETO, M.A. Avaliação do índice de qualidade da água (IQA) e dos elementos químicos nas águas e nos sedimentos do rio Corumbataí-SP. 2008. 116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia Aplicada) – Centro de Energia nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

MESSIAS, T.G. Influência da toxicidade da água e do sedimento dos rios São Joaquim e Ribeirão Claro na bacia do Corumbataí. 2008. 126p. Dissertação (Mestrado em Ciências – Área: Química na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

PASCALICCHIO, A.A.E. Contaminação por metais pesados – Saúde Pública eMedicina Ortomolecular. 132p. Editora Annablume. São Paulo, 2002. Disponível em www.books.google.com.br. Acesso em 19 mai. 2010.

PEREIRA, P.A.A. Estudo das alterações no sistema reprodutor de camundongos expostos a contaminação ambiental. 2008. 90p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Patologia) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

SANTOS, M.A.P.F. Avaliação da qualidade da água e do sedimento da subbacia do Rio Corumbataí (SP) por meio de testes ecotoxicológicos. 2008. 186p. Tese (Doutorado em Ciências) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2008.

TOMAZELLI, A.C. Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e mercúrio em seis bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. 2003. 124p. Tese (Doutorado em Ciências – Área: Biologia Comparada) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de SãoPaulo, Ribeirão Preto, 2003.

ZAMBETTA, P.M.A. Espécies químicas inorgânicas (Al, As, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Ni, Pb, Sn) no sedimento e nos sólidos em suspensão do rio Corumbataí, SP. 2006. 73p. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Ecossistemas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.



Texto escrito por Camila Lazarini Portela e Silva, (bióloga ESALQ/USP) in (Monografia desenvolvida sob orientação da Profa. Laura Alves Martirani)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Oficinas em Corumbataí

Os alunos da 7ª E da EE. Catharina Casale Padovani, que participaram das oficinas ligadas ao projeto ““Educomunicação Socioambiental na bacia hidrográfica do rio Corumbataí”, fizeram uma paródia ambiental da música “Quando ela souber”. 
Olhem só a letra:
 Preste atenção no que eu vou dizer
 No que eu vou falar
 Fiquei ai ligado pra o rio você ajudar
 Começo a falar da poluição
 Por isso colabore e o rio ajudarão
 Não fique ai sentado vendo tudo acontecer
 Pare pra pensar, agir e resolver 
Esse assunto não é brincadeira não 
Por isso colabore e preste bem atenção
 Toda sua família você tem que avisar que o rio precisa de mata ciliar
 Lugar de lixo não é no rio não, isso é conscientização
 Águas de qualidade todos querem ter 
Colabore para isso acontecer 
Um rio mais limpo todos terão, sem nenhum rastro de poluição.





Talvez o mundo ainda tenha esperança... Se vocês tivessem visto o crescimento desses meninos, iriam ter esperança como eu.



Por Isabela Kojin Peres, estudante do curso de Gestão Ambiental da ESALQ/USP e estagiária do Projeto.